domingo, 25 de setembro de 2016

Ecos atemporais


Olhar vago, mente dispersa; seu semblante nada dizia. Lá fora o caos reinava, o mundo louco corria, em chamas a terra ardia, mas isso importava? Sussurros doces de algum lugar brotavam, alimentando brandamente seu espírito silenciado. Os passos temiam perseguição, mas a alma dizia "escute seu coração". Isso lhe era o bastante. Render-se aos apelos da sua voz interior distinguia-se como a escolha certeira. E assim a liberdade do ser era conquistada, para se ser quem verdadeiramente é.

O céu está claro, e amanhã os medos não serão mais importantes, e todas as expectativas de hoje serão frutos doces à beira da morte, porque só o presente é eterno. A carne perecerá, transformações e mudanças ocorrerão, e apenas a alma imortal sentará no penhasco da ilusão e dirá:
 - Eu venci, agora é minha vez.